Os modos gregos são um dos pilares da teoria musical ocidental e oferecem uma maneira fascinante de explorar diferentes sons e atmosferas em suas composições e improvisações no violão. Embora possam parecer conceitos complexos à primeira vista, entender os modos gregos pode ser uma ferramenta poderosa para músicos de todos os níveis, especialmente para aqueles que estão buscando expandir seu vocabulário musical.
No violão, os modos gregos não se limitam apenas a escalas, mas também são uma maneira de transformar progressões de acordes e improvisações. Eles oferecem uma alternativa rica às escalas tradicionais maiores e menores, permitindo aos músicos explorar novas sonoridades, emoções e estilos musicais.
Neste guia completo, vamos mergulhar no mundo dos modos gregos e descobrir como eles funcionam no contexto do violão. Vamos explorar cada um dos sete modos gregos, explicar como você pode aplicá-los no braço do violão e compartilhar dicas práticas para começar a usar esses modos em sua própria música.
Este artigo é ideal tanto para iniciantes quanto para músicos intermediários que desejam dar um passo adiante na teoria musical e na prática no violão. Se você já se sente confortável tocando escalas tradicionais, mas quer se aprofundar mais na improvisação ou composição, os modos gregos são a chave para desbloquear novas possibilidades musicais.
Ao longo do artigo, vamos explicar o básico da teoria por trás dos modos gregos e, mais importante, como você pode aplicar esses conceitos diretamente no violão. Prepare-se para expandir seu horizonte musical e descobrir um novo mundo sonoro!
O que são os Modos Gregos?
Os modos gregos são escalas musicais originárias da Grécia Antiga e formam a base de muitas das estruturas que usamos na música ocidental até hoje. Eles são uma variação da escala maior, com diferentes sequências de tons e semitons, criando diferentes “cores” e emoções em cada modo. Em vez de seguir a estrutura linear de uma escala maior ou menor, os modos oferecem novas perspectivas de como as notas podem ser organizadas e como as progressões de acordes podem soar.
A Origem dos Modos Gregos
A teoria dos modos gregos surgiu na Grécia Antiga, onde filósofos e músicos observaram as diferentes sonoridades criadas pela variação das notas em diferentes intervalos. Embora os gregos antigos usassem esses modos de forma bem diferente das escalas modernas, a ideia de usar variações da escala para criar diferentes atmosferas musicais persistiu ao longo dos séculos, especialmente na música clássica e na música medieval.
Com o passar do tempo, os modos gregos foram integrados ao sistema de tonalidade utilizado na música ocidental, principalmente durante o período renascentista, e se tornaram essenciais para a música clássica e, mais recentemente, para o jazz e o rock. Em muitas formas de música contemporânea, o estudo dos modos gregos pode proporcionar uma compreensão mais profunda da harmonia e da improvisação.
A Relação dos Modos Gregos com a Escala Maior
Os modos gregos podem ser entendidos como diferentes maneiras de tocar a mesma sequência de notas, mas com diferentes pontos de início ou tônica. Para ilustrar, imagine que você começa uma escala maior (por exemplo, a escala de Dó maior: C, D, E, F, G, A, B, C) em diferentes notas dessa mesma escala. Cada uma dessas notas gera uma sensação diferente de “centro tonal”, e é isso que caracteriza os modos.
A escala de Dó maior, por exemplo, é composta pelas notas C, D, E, F, G, A, B e C. Se começarmos a tocar essa mesma sequência, mas começarmos em D (a segunda nota), a sequência de notas será: D, E, F, G, A, B, C, D. Essa nova “escala” tem um som distinto, pois começa em D e não em C. É isso que define os modos: a mudança no ponto de partida cria uma atmosfera única, apesar das mesmas notas.
Os Sete Modos Gregos
Os modos gregos são, basicamente, sete formas diferentes de construir escalas a partir de uma escala maior. Cada modo possui seu próprio caráter e sonoridade. Aqui estão os sete modos, que você pode aplicar ao violão:
Jônio (Modo Maior): Este é o modo mais familiar, que corresponde à escala maior tradicional. Tem um som alegre e estável.
Exemplo: C, D, E, F, G, A, B, C (em Dó maior).
Dório: Começando no segundo grau da escala maior, o modo dório tem uma sonoridade um pouco mais melancólica, mas ainda assim otimista.
Exemplo: D, E, F, G, A, B, C, D (em Dó maior).
Frígio: Começando no terceiro grau da escala maior, o modo frígio tem um som mais sombrio e misterioso, com uma sensação de tensão.
Exemplo: E, F, G, A, B, C, D, E (em Dó maior).
Lídio: Começando no quarto grau da escala maior, o modo lídio tem uma sonoridade brilhante e “flutuante”, com uma sensação de leveza.
Exemplo: F, G, A, B, C, D, E, F (em Dó maior).
Mixolídio: Começando no quinto grau da escala maior, o modo mixolídio tem um som mais aberto e “dominante”, com uma sensação de resolução incompleta.
Exemplo: G, A, B, C, D, E, F, G (em Dó maior).
Eólio (Modo Menor Natural): Começando no sexto grau da escala maior, o modo eólio é a escala menor natural, com um som mais sombrio e introspectivo.
Exemplo: A, B, C, D, E, F, G, A (em Dó maior).
Lócrio: Começando no sétimo grau da escala maior, o modo lócrito é o mais tenso e instável dos modos, com uma sensação de “não resolvido”.
Exemplo: B, C, D, E, F, G, A, B (em Dó maior).
Cada um desses modos cria uma sensação única e pode ser usado para evocar diferentes atmosferas e emoções em sua música. A chave para entender os modos gregos no violão é saber como visualizar e aplicar essas escalas no braço do instrumento, o que exploraremos nas próximas seções.
A Relação entre Modos Gregos e Escalas no Violão
Para entender como os modos gregos funcionam no violão, é essencial compreender a relação entre os modos e as escalas maiores. Em termos simples, os modos gregos são variações da mesma sequência de notas de uma escala maior, mas começando em pontos diferentes dessa escala. Como músicos, aprender a aplicar os modos no violão significa entender como esses modos se manifestam no braço do instrumento e como você pode usá-los de forma prática.
Como as Escalas Maiores Formam a Base para os Modos Gregos
A escala maior é o ponto de partida para a construção dos modos gregos. Se pegarmos qualquer escala maior (como a escala de Dó maior, que contém as notas C, D, E, F, G, A, B e C), podemos gerar todos os sete modos gregos simplesmente começando em diferentes notas dessa mesma sequência.
Por exemplo, a partir da escala de Dó maior, podemos formar os modos gregos da seguinte maneira:
Modo Jônio (Maior): Começando na primeira nota (C). A sequência é: C, D, E, F, G, A, B, C.
Modo Dório: Começando na segunda nota (D). A sequência é: D, E, F, G, A, B, C, D.
Modo Frígio: Começando na terceira nota (E). A sequência é: E, F, G, A, B, C, D, E.
Modo Lídio: Começando na quarta nota (F). A sequência é: F, G, A, B, C, D, E, F.
Modo Mixolídio: Começando na quinta nota (G). A sequência é: G, A, B, C, D, E, F, G.
Modo Eólio (Menor Natural): Começando na sexta nota (A). A sequência é: A, B, C, D, E, F, G, A.
Modo Lócrio: Começando na sétima nota (B). A sequência é: B, C, D, E, F, G, A, B.
Embora as notas de cada modo sejam as mesmas, o ponto de partida e as relações entre as notas mudam, o que altera a “sensação” da música. No violão, isso significa que, ao mudar a tônica (nota de referência) de cada modo, você cria diferentes possibilidades de improvisação, composição e acompanhamento harmônico.
Visualizando os Modos no Braço do Violão
No violão, a principal dificuldade ao aprender os modos gregos é localizar as notas no braço do instrumento. A boa notícia é que os modos seguem a mesma sequência de intervalos de uma escala maior, mas em diferentes pontos de início. Por exemplo, a partir da tônica de cada modo, você pode encontrar os padrões de notas no braço do violão da seguinte maneira:
Modo Jônio (Maior): A sequência é a mesma de uma escala maior, começando da tônica. No caso de Dó maior, a sequência de intervalos seria: T, T, S, T, T, T, S (onde T = tom e S = semitom).
Modo Dório: Começando na segunda nota da escala maior (D, se você estiver em Dó maior), a sequência de intervalos será: T, S, T, T, T, S, T.
Modo Frígio: Começando na terceira nota (E, em Dó maior), a sequência de intervalos será: S, T, T, T, S, T, T.
Modo Lídio: Começando na quarta nota (F, em Dó maior), a sequência será: T, T, T, S, T, T, S.
Modo Mixolídio: Começando na quinta nota (G, em Dó maior), a sequência será: T, T, S, T, T, S, T.
Modo Eólio (Menor Natural): Começando na sexta nota (A, em Dó maior), a sequência será: T, S, T, T, S, T, T.
Modo Lócrio: Começando na sétima nota (B, em Dó maior), a sequência será: S, T, T, S, T, T, T.
Para aplicar os modos no violão, é importante familiarizar-se com os intervalos e como eles se distribuem ao longo do braço do instrumento. Cada modo terá um “padrão” que pode ser tocado em diferentes regiões do braço do violão, o que permite variações de tom e timbre.
Identificando a Tônica de Cada Modo
A tônica é a nota fundamental do modo, e identificá-la é crucial para entender e aplicar corretamente o modo. No violão, a tônica geralmente será a nota onde o modo começa, mas também pode ser encontrada em outras partes do braço.
Por exemplo:
No modo Jônio (escala maior), a tônica será a nota inicial do acorde ou melodia.
No modo Dório, a tônica estará na segunda nota da escala maior, mas pode ser localizada em várias posições ao longo do braço.
Uma das melhores formas de treinar a identificação da tônica é praticar os modos em diferentes regiões do braço do violão, explorando como a tônica pode ser tocada em diferentes oitavas e posições.
Como Aplicar os Modos na Improvisação
Uma das maiores vantagens dos modos gregos no violão é a possibilidade de usá-los para improvisação. Se você está tocando sobre uma progressão de acordes, pode escolher um modo que se encaixe bem com a harmonia. Por exemplo:
Se os acordes de fundo estão em Dó maior, você pode usar o modo Jônio (a escala maior tradicional) ou até o modo Lídio para uma sonoridade mais brilhante.
Se você está tocando sobre um acorde menor (como Am), o modo Eólio (menor natural) pode ser uma escolha ideal.
A ideia de improvisar usando modos é que você pode criar frases musicais mais interessantes, baseadas não apenas em escalas maiores ou menores, mas também nas diferentes atmosferas que cada modo proporciona.
Explorando os Modos Gregos no Violão: Como Aplicá-los
Agora que já compreendemos a teoria básica por trás dos modos gregos e sua relação com a escala maior, vamos explorar como aplicá-los no violão de maneira prática. Cada modo tem sua própria “personalidade” e pode ser usado para criar diferentes atmosferas em suas músicas, progressões de acordes e improvisações. Nesta seção, veremos como você pode aplicar cada um dos sete modos gregos no violão, com exemplos práticos em cifras e tablaturas.
Modo Jônio (Maior)
O modo Jônio é o modo maior tradicional, com um som brilhante, estável e alegre. Este modo é exatamente igual à escala maior, portanto, você provavelmente já está familiarizado com ele.
Exemplo no violão: Vamos usar a escala de Dó maior (C) como exemplo. No violão, a sequência de notas seria:
Notas: C, D, E, F, G, A, B, C
Uso: Você pode usar este modo em músicas alegres e progressões de acordes maiores, como em C-G-Am-F, para criar uma sensação de completude e harmonia.
Modo Dório
O modo Dório tem uma sonoridade ligeiramente melancólica, mas ainda assim otimista, sendo uma excelente escolha para músicas com uma sensação de introspecção ou mistério.
Exemplo no violão: A partir da nota D (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: D, E, F, G, A, B, C, D
Uso: O modo Dório é frequentemente utilizado em músicas de jazz e blues. Experimente tocá-lo sobre acordes menores (como Dm) ou progressões que usem acordes menores com sétima (Dm7, Am7, G7).
Modo Frígio
O modo Frígio é o mais sombrio e exótico dos modos gregos, com uma sensação de tensão e mistério. É ideal para criar atmosferas intensas e dramáticas.
Exemplo no violão: A partir da nota E (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: E, F, G, A, B, C, D, E
Uso: O modo Frígio funciona bem em progressões que utilizam acordes menores, especialmente quando você deseja criar uma sensação de tensão ou desconforto. Tente usar sobre acordes menores como Em ou sobre progressões de acordes menores.
Modo Lídio
O modo Lídio tem uma sonoridade brilhante e “flutuante”, com uma sensação de leveza e um certo “otimismo”. Esse modo é frequentemente usado em jazz e rock para adicionar cor a progressões harmônicas.
Exemplo no violão: A partir da nota F (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: F, G, A, B, C, D, E, F
Uso: O modo Lídio é ótimo para progressões que utilizam acordes maiores, como C ou F. Ele tem uma qualidade “aberta” e frequentemente é usado para criar um som mais alegre e otimista, perfeito para peças mais leves ou alegres.
Modo Mixolídio
O modo Mixolídio tem uma sonoridade que é uma mistura de maior e menor, com um “sabor” de dominância. Ele é frequentemente usado no blues e no rock, especialmente sobre acordes de sétima.
Exemplo no violão: A partir da nota G (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: G, A, B, C, D, E, F, G
Uso: O modo Mixolídio é ótimo para improvisação sobre acordes de sétima dominante, como G7, C7 ou D7. Ele cria uma sensação de “resolução incompleta”, perfeito para o estilo blues e para músicas com um toque de tensão resolvida.
Modo Eólio (Menor Natural)
O modo Eólio, também conhecido como a escala menor natural, tem uma sonoridade melancólica e introspectiva. É ideal para músicas que buscam um tom mais sombrio e emotivo.
Exemplo no violão: A partir da nota A (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: A, B, C, D, E, F, G, A
Uso: O modo Eólio é a base para muitas músicas menores, como Am, Em e Dm. Pode ser usado em progressões simples ou mais complexas para evocar uma sensação de tristeza ou introspecção.
Modo Lócrio
O modo Lócrio é o modo mais instável e tenso, com uma sensação de “não resolvido”. Ele é o mais raro de ser usado, devido à sua instabilidade natural, mas pode ser interessante em músicas experimentais ou em momentos de tensão dramática.
Exemplo no violão: A partir da nota B (Dó maior), temos a sequência de notas:
Notas: B, C, D, E, F, G, A, B
Uso: O modo Lócrio é frequentemente utilizado em progressões harmônicas incompletas ou em música experimental. Ele funciona bem com acordes diminutos ou acordes de tensão, como Bdim.
Dicas para Praticar Modos Gregos no Violão
Praticar os modos gregos no violão exige técnica, paciência e consistência. Para garantir que você não só memorize as escalas, mas também entenda como aplicá-las musicalmente, aqui estão algumas dicas que podem tornar seu processo de aprendizado mais eficiente e interessante.
Comece Devagar
Ao aprender novos modos, é fundamental começar devagar. Isso ajuda a garantir que você não apenas memorize as notas, mas também entenda a sonoridade de cada um. Use um metrônomo para manter o tempo e trabalhe os modos em velocidades lentas (60-70 BPM). Uma vez que você se sinta confortável, pode aumentar gradualmente a velocidade.
Exemplo prático: Toque um modo completo em uma oitava, depois transite para a próxima oitava. Ao manter o metrônomo, você se concentrará na precisão das notas antes de buscar velocidade.
Pratique em Diferentes Regiões do Braço do Violão
A maior parte dos modos pode ser tocada em várias posições ao longo do braço do violão. Ao praticar os modos em diferentes regiões, você vai se familiarizar com diferentes sonoridades e melhorar sua mobilidade. Tente começar na parte mais baixa do braço e depois mova-se para as posições mais altas.
Exemplo prático: Pratique o modo Jônio em uma posição, depois mova-se para a região do braço mais próximo à casa 7, tocando as mesmas notas, mas em outras casas.
Experimente com Ritmos e Dinâmicas
A sonoridade dos modos pode mudar dependendo de como você os toca. Para criar frases mais interessantes, experimente variar os ritmos, as durações das notas e até as dinâmicas (toque mais forte ou mais suave). Isso ajuda a dar uma nova vida a um modo simples.
Exemplo prático: Toque a mesma sequência de notas de um modo, mas alterne entre toques suaves e mais fortes, ou varie a duração das notas (notas longas e curtas).
Improvise Usando os Modos
A improvisação é uma das maneiras mais eficazes de internalizar os modos. Ao improvisar, você começa a sentir como os modos funcionam sobre diferentes progressões de acordes e aprende a ser mais criativo com eles.
Exemplo prático: Tente improvisar sobre um acorde ou progressão simples. Se você usar o modo Dório em um acorde menor (como Dm), terá uma sensação melódica única que pode ser expandida.
Incorporando Modos Gregos nas Suas Composições
Depois de entender os modos e como praticá-los, o próximo passo é começar a incorporá-los nas suas composições. Os modos gregos podem trazer uma nova dimensão à música, oferecendo sonoridades variadas. Aqui estão algumas formas de como você pode começar a usá-los em suas próprias composições.
Aplique Modos a Progressões Simples de Acordes
Você pode criar progressões de acordes simples usando os modos gregos. Por exemplo, ao tocar um acorde maior, use o modo Jônio para obter uma sonoridade alegre. Ao tocar um acorde menor, use o modo Dório ou Eólio, dependendo da emoção que deseja transmitir.
Exemplo prático: Em uma progressão C-G-Am-F, você pode usar o modo Jônio sobre C, o modo Mixolídio sobre G, e o modo Dório sobre Am. Isso mudará a cor da música de maneira interessante.
Explore as Transições entre Modos
Uma técnica interessante é começar uma parte de uma música em um modo e depois mudar para outro. Essa mudança pode criar um contraste interessante, como ao mudar de um modo menor para um maior.
Exemplo prático: Se você começar uma música com um acorde menor e usar o modo Dório (como Dm), pode transitar para o modo Lídio (sobre F) para uma sensação de maior leveza e abertura.
Modifique o Ambiente Harmônico com Modos
A beleza dos modos gregos está em como eles se encaixam sobre os acordes. Se você mudar o modo enquanto mantém a progressão de acordes, a harmonia muda. Isso cria diferentes atmosferas em sua música, com cada modo trazendo sua própria sensação.
Exemplo prático: Se você tem uma progressão como G-Am-C, pode usar o modo Mixolídio sobre G, o modo Dório sobre Am e o modo Jônio sobre C. Essa mudança de modos ao longo da progressão adiciona diversidade e cor à sua composição.
Aplicações Práticas de Modos Gregos em Diferentes Gêneros
Agora que você já conhece os modos gregos e como usá-los em composições, é hora de explorá-los nos estilos musicais mais comuns. Os modos podem ser aplicados de maneiras únicas em diferentes gêneros, como jazz, rock, blues e música clássica. Vamos ver como eles podem ser usados em cada um desses contextos.
Jazz
No jazz, os modos gregos são usados para criar improvisações sobre progressões harmônicas complexas. Muitos músicos de jazz utilizam modos para explorar diferentes cores e tensões nas suas frases melódicas. Os modos mais comuns no jazz são o Dório e o Mixolídio, especialmente sobre acordes menores e dominantes.
Exemplo prático: Ao improvisar sobre um acorde menor (como Dm), você pode usar o modo Dório. Se a progressão for dominada por um acorde de sétima (como G7), o modo Mixolídio é uma escolha comum.
Rock
No rock, os modos gregos são frequentemente usados para riffs e solos. O modo Mixolídio é muito popular, especialmente para solos sobre acordes de sétima dominante, enquanto o modo Eólio (menor natural) é frequentemente usado para dar uma sensação mais sombria às músicas.
Exemplo prático: Para tocar um solo sobre um acorde de G7, use o modo Mixolídio para adicionar um sabor “rock”. Se a música for mais melancólica, experimente o modo Eólio sobre um acorde menor, como Am.
Blues
O blues frequentemente usa o modo Mixolídio e o modo Frígio. O modo Mixolídio é excelente para solos e riffs em blues, enquanto o modo Frígio pode ser usado para criar uma sensação de tensão e dramaticidade.
Exemplo prático: Toque um solo de blues utilizando o modo Mixolídio sobre um acorde dominante (como E7). Para adicionar um toque de tensão, use o modo Frígio sobre um acorde menor.
Música Clássica
Na música clássica, os modos gregos eram amplamente usados nas composições antigas, e ainda são aplicados em peças contemporâneas. O modo Lídio e o modo Jônio são frequentemente usados para criar uma sonoridade clara e estável, enquanto o modo Frígio pode ser utilizado para evocar uma sensação mais sombria.
Exemplo prático: Em uma peça em C, você pode usar o modo Jônio para uma sensação de leveza e clareza. Se deseja uma tonalidade mais exótica, experimente o modo Frígio sobre um acorde menor.
Erros Comuns ao Usar Modos Gregos e Como Evitá-los
Embora os modos gregos sejam uma ferramenta poderosa, muitos guitarristas, especialmente os iniciantes, cometem erros ao tentar usá-los em suas músicas. Cometer esses erros é normal durante o aprendizado, mas saber como evitá-los pode acelerar seu progresso e aprimorar a sua musicalidade.
Ficar Preso a Uma Única Posição
Muitos guitarristas aprendem os modos em uma única posição do braço do violão, o que limita sua flexibilidade e compreensão total dos modos. Embora começar em uma posição fixa ajude a memorizar as notas, praticar apenas em uma região impede que você explore o braço do violão de forma mais completa.
Como evitar: Pratique os modos em diferentes posições e oitavas do braço do violão. Ao se mover por diferentes regiões, você vai se familiarizar com a sonoridade de cada modo em várias partes do instrumento e se tornará mais versátil.
Aplicar Modos em Contextos Errados
Outro erro comum é usar os modos em contextos harmônicos que não combinam com a sonoridade do modo escolhido. Por exemplo, tocar um modo Jônio (maior) sobre um acorde menor vai gerar uma sonoridade estranha e dissonante, que pode não ser o que você deseja.
Como evitar: Antes de aplicar um modo, verifique se ele é compatível com o acorde ou a progressão harmônica. Por exemplo, use o modo Jônio em acordes maiores, o modo Dório em acordes menores, e o modo Mixolídio em acordes dominantes.
Ignorar a Expressão Musical
Muitos músicos tendem a focar apenas nas notas dos modos, esquecendo da importância da dinâmica, do ritmo e da expressão. Apenas tocar as notas certas não garante uma boa execução. A música precisa de emoção e variação.
Como evitar: Ao tocar os modos, adicione variações rítmicas, experimente diferentes dinâmicas (toques suaves e fortes) e explore os contrastes. Isso trará mais vida à sua performance.
Exagerar na Improvisação
Ao improvisar, é fácil cair na tentação de tocar o máximo de notas possível, sem realmente prestar atenção na musicalidade. Improvisar de forma descontrolada pode fazer a performance soar técnica demais e sem emoção.
Como evitar: Concentre-se em tocar frases curtas e melódicas, com pausas e respiradas entre elas. A improvisação deve ser fluida e orgânica, não apenas uma corrida para tocar mais notas.
Conclusão:
Os modos gregos são uma ferramenta poderosa que pode transformar sua maneira de tocar violão, dando-lhe acesso a uma gama mais ampla de sonoridades e emoções. Ao entender como os modos funcionam e como aplicá-los corretamente, você se tornará mais criativo e capaz de explorar novas possibilidades musicais.
Os modos gregos oferecem diferentes sonoridades que podem ser aplicadas em diversas situações musicais.
Cada modo tem um caráter único que se adapta a tipos específicos de acordes e progressões harmônicas.
Praticar de forma gradual, explorando diferentes posições e contextos, é a chave para dominar os modos.
A improvisação é uma das formas mais eficazes de internalizar os modos e aplicar a teoria na prática musical.
Agora que você tem as ferramentas necessárias para explorar os modos gregos, o próximo passo é começar a praticar com dedicação e paciência. Lembre-se de que o progresso musical é contínuo, e cada exercício de prática é uma oportunidade de crescimento.
Não deixe para amanhã o que você pode começar a explorar hoje. Pegue o seu violão, escolha um modo para praticar e comece a criar novas melodias e frases. Experimente diferentes progressões e crie algo único com os modos gregos! Com o tempo e a prática, você verá grandes avanços em sua musicalidade. O que está esperando para levar suas habilidades para o próximo nível?
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